O poder transformador do esporte: conheça a história de Ronaldo Rocha
Você gosta de esportes radicais? Ronaldo Rocha, de 38 anos, é um apaixonado confesso das modalidades mais aventureiras. Ele cultiva essa paixão há sete anos, desde o dia em que foi baleado ao reagir a um assalto, ficando paraplégico. Mas, o que poderia ser um motivo de pausa para Ronaldo, na verdade, foi um ponto de partida para que ele se dedicasse ainda mais aos esportes.
Treinando para se tornar atleta da seleção paralímpica brasileira de lançamento de disco, Ronaldo Rocha é muito mais que um exemplo de superação. Ele é um exemplo do poder que o esporte tem de transformar vidas. Por isso, nós, do Tudo Esportes, preparamos uma matéria contando um pouco sobre a trajetória deste atleta que, sem dúvidas, ainda será responsável por muitas conquistas verde e amarela! Venha com a gente!
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O início
Ronaldo sempre se interessou pela prática de esportes, em especial pelo futebol. Torcedor do Palmeiras, um dos quatro grandes clubes paulistanos, ele teve apoio de Jaílson, goleiro do time na época, para comprar uma cadeira de rodas. Logo após mandar uma mensagem nas redes sociais do jogador pedindo uma camisa para rifar, Ronaldo conseguiu uma resposta positiva.
Com o dinheiro arrecadado, ele conseguiu reunir o valor total de 8 mil reais, que foram destinados para a compra. Além disso, Jailson fez questão de ter um contato mais próximo do torcedor. “Ele me convidou para conhecer as instalações da Academia de Futebol. Fui tratado como se fosse um grande amigo… Ele é sensacional e fiquei triste com a sua saída do Palmeiras.”, conta Ronaldo em entrevista para o Estadão.
O futuro atleta paralímpico ficou paraplégico logo após reagir a um assalto e ser baleado. O projétil passou de raspão por seu coração, perfurando diafragma, estômago e pulmão. Por conta disso, Ronaldo perdeu o movimento das pernas. “Quando percebi que tinha virado deficiente, prometi a mim mesmo que iria viver intensamente, independentemente de estar paraplégico. Ficar lamentando em cima de uma cama não combina comigo”, afirma.
Com o intuito de cumprir com a sua promessa, Ronaldo começou a se envolver com esportes radicais. Afinal, a busca pela adrenalina foi o que trouxe mais sentido para sua vida. Ao longo de sua relação com os exercícios físicos, ele praticou escalada, canoagem, rafting, rope jump e salto de paraquedas. Inclusive, todas as atividades que Ronaldo pratica são registradas em sua conta no Instagram. “Quero fazer valer cada minuto da minha existência depois do que aconteceu”, diz ele.
A construção de um atleta
Foi por meio do apoio de seu professor Vinícius Mathias, que Ronaldo deu início à sua jornada no esporte paralímpico. Primeiramente, recebeu um convite para integrar um dos campings do CT, centro de treinamento paralímpico, onde pôde ser supervisionado por profissionais do mundo esportivo. “Eu me encontrei no atletismo. O professor Vinícius foi o responsável pela minha entrada no esporte paralímpico e depois conheci o Cássio, meu técnico atualmente”, conta.
Ronaldo, que além de atleta também é pai de Nicholas, de 15 anos, vai cinco dias por semana para Jabaquara, onde fica o CT. Ele, que é morador de Ferraz de Vasconcelos, a uma distância de 67 quilômetros do destino, acorda às 5 e 20 da manhã para chegar até o centro de treinamento. Além disso, para chegar até lá, o atleta precisa de quatro conduções: dois ônibus, metrô e trem.
Porém, para ele, as duas horas e meia de trajeto são detalhes perto da importância do trabalho realizado no local. “O CT é o melhor lugar do mundo. Ali vejo guerreiros e guerreiras sempre prontos para competir. Renovo as minhas energias”, encerra.
Atualmente, Ronaldo treina lançamento de disco para integrar a seleção brasileira paralímpica.
Jogos Paralímpicos
Resumidamente, os Jogos Paralímpicos são o maior evento esportivo em escala mundial direcionados a pessoas com deficiência. Normalmente, ocorrem duas semanas após o encerramento dos Jogos Olímpicos. A competição, que teve sua primeira edição em 1960, na Itália, inclui atletas com diversas deficiências, entre elas, visuais, auditivas, físicas e cognitivas.
A história
As primeiras modalidades esportivas adaptadas para pessoas com deficiência física surgiram após a Segunda Guerra Mundial, finalizada em setembro de 1945. As competições tinham como objetivo o estímulo e a reabilitação física e mental dos ex-soldados que sofreram traumas ou foram amputados.
Com o passar dos anos, o esporte adaptado foi profissionalizado, tendo sua primeira edição oficial em 1960.
Na última edição do evento, em Tóquio, 2021, entre as 22 modalidades disputadas, tivemos: atletismo, tênis, badminton, basquetebol (em cadeira de rodas), canoagem, futebol e judô. Além destas, temos dois esportes exclusivos para disputas paralímpicas. São eles: bocha e goalball, esporte voltado para deficientes visuais.
Os Jogos Paralímpicos e o Brasil
Desde sua primeira participação em 1972, o Brasil competiu em todas as edições dos Jogos Paralímpicos de Verão. Nos Jogos de 2021, em Tóquio, o Brasil teve sua melhor campanha na competição, atingindo a sétima colocação no ranking de medalhas. Foram 72 medalhas conquistadas, entre elas, 22 ouros, 20 pratas e 30 de bronze. Além disso, o país contou com a 5.ª maior delegação entre os participantes, com 234 atletas na competição.
O sucesso é o resultado do esforço de atletas como Ronaldo Rocha, que treinam diariamente para representar o país no pódio dos vencedores.
E você? Já conhecia a história do Ronaldo? Ficou ansioso para vê-lo nos próximos Jogos Paralímpicos? Então, não perca nenhuma matéria do Tudo Esporte! Aqui, buscamos sempre te manter informado e por dentro das últimas novidades do mundo esportivo.