Maiores locutores da história brasileira

Renan 28 abr 2022

Que o esporte é repleto de emoção, movimentando muitas vezes a paixão em torcedores, você já deve imaginar. Mas, já parou para pensar em como essa emoção é transmitida? Ao acompanhar as partidas em competições dos mais variados eventos esportivos, temos a presença de uma importante figura: o locutor.

Desde o rádio, onde sua importância era ainda mais vital, uma vez que não tínhamos imagens, os locutores são os responsáveis por narrar os acontecimentos em eventos esportivos. Por esse motivo, são chamados também de “narradores”. Dito isso, acompanhe esse artigo que o TudoEsportes preparou, que listará os maiores locutores da história nacional.

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O que faz um locutor

Antes de mais nada, vamos pensar no que faz um locutor esportivo. Afinal, a definição é bem simples na teoria. Por definição, “locutor é o profissional de comunicação social, cujo ofício necessita de sua voz.” Sendo um pouco mais específico, temos a definição de “locutor esportivo”, que diz que esse profissional “é o responsável por transmitir informações, fazer comentários, entrevistas e interagir com o público em partidas e eventos esportivos”.

Mas, a grande verdade, é que apenas o que é dito nas definições, ou seja, utilizar a voz para comunicar os eventos de partidas, não é o suficiente para ser um bom locutor. Um narrador deve lembrar que o esporte envolve emoção, sentimento, tal como a paixão dos torcedores pelos seus clubes. Para quem assiste ou ouve as locuções das partidas, não basta saber o que está acontecendo.

O público precisa da entonação correta nos momentos de tensão, de alegria, de euforia e de tristeza. O sentimento dos acontecimentos da partida devem ser acompanhados por quem narra os fatos. Por esse motivo, a nossa lista traz alguns dos maiores locutores brasileiros de todos os tempos, que serão eternizados.

Muitos torcedores para sempre lembrarão de algum lance narrado por determinado locutor, pela frase usada, por bordões específicos. Aproximar ao máximo o público das partidas é o trabalho de um bom narrador. Concluindo, um locutor deve transmitir emoções, sentimentos, levar ao público aquilo que ele precisa, e não apenas os fatos crus.

Maiores locutores da história brasileira

Agora, listaremos 7 nomes que marcaram época. Alguns ainda estão na ativa e, possivelmente, fiquem por um bom tempo narrando partidas. Outros já deixaram a profissão, por motivos variados. Além disso, um dos grandes nomes da lista, infelizmente já nos deixou. Acompanhe.

Galvão Bueno

Nascido no dia 21 de julho de 1950, Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno é um dos mais famosos locutores de todo o país. Conhecido apenas por Galvão Bueno, ou Galvão, ele esteve presente em grandes marcos do esporte, sobretudo do futebol.

Galvão narrou a conquista do tetracampeonato e do pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira de Futebol. Você provavelmente se lembra da lendária fala “É tetra! É tetra!” que Galvão repetiu aos gritos em 1994. Ele também foi o responsável pela locução dos principais títulos mundiais do Brasil na Fórmula 1. Infelizmente, era o principal locutor no trágico acidente que resultou na morte de Ayrton Senna.

Galvão ainda está presente, sobretudo em partidas da seleção brasileira de futebol. Ele declarou, recentemente, que a Copa do Mundo de 2022 será seu último trabalho como narrador profissional.

Cléber Machado

Tido por muitos como um dos principais substitutos de Galvão Bueno na Rede Globo, temos Cléber Tadeu Machado. Nascido em  29 de março de 1962, esse notório locutor ficou famoso, principalmente, por narrações durante as principais partidas do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Como muitos dos nomes na lista de narradores e locutores nacionais, ele também iniciou sua carreira no rádio. E isso foi no final da década de 1970, na Rádio Bandeirantes e na Rádio Tupi. Ainda nesse período, iniciou seus trabalhos na Rede Globo, como repórter esportivo.

Além de partidas de futebol, Cléber participa de narrações de Fórmula 1, Olimpíadas, Corrida de São Silvestre e outros tipos de eventos esportivos. Ele esteve à frente de momentos marcantes nos esportes, como, por exemplo, importantes vitórias de brasileiros na Fórmula 1, como Nelson Piquet.

Uma de suas narrações de maior destaque foi no automobilismo, durante o Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1, em 2002. Na corrida, o brasileiro Rubens Barrichello cedeu a vitória para Michael Schumacher no final da prova. Empolgado pela provável vitória na reta final da corrida, Cléber narrou “Hoje não, hoje não…”, se referindo a não ultrapassagem do alemão. Ao ver o brasileiro cedendo a primeira colocação, encerrou com tom de frustração “(…)hoje sim! Hoje sim…”

Luciano do Valle

Luciano do Valle Queiroz, conhecido apenas por Luciano do Valle, nasceu no dia 4 de julho de 1947. Era um dos principais narradores esportivos do Brasil, e iniciou sua carreira extremamente jovem, aos 16 anos, na “Rádio Educadora”.

Luciano se destacou narrando partidas de futebol, estando presente em memoráveis momentos. Ele fazia parte da equipe que cobriu a conquista do tricampeonato mundial da Seleção Brasileira de Futebol, em 1970. Também narrou partidas de basquete, Jogos Olímpicos e corridas de Fórmula 1. No automobilismo, estava presente na segunda conquista mundial do brasileiro Emerson Fittipaldi, por exemplo. Trabalhou nas principais emissoras do país, como Globo, Record e Bandeirantes.

Infelizmente, Luciano faleceu em 2014, aos 66 anos, quando chegava em Uberlândia para narrar uma partida entre Atlético Mineiro e Corinthians, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. Luciano passou mal durante o pouso, por problemas cardíacos, e não resistiu.

Silvio Luiz

Silvio Luiz Perez Machado de Souza, mais conhecido como Silvio Luiz, nasceu no dia 14 de julho de 1934. Ele é considerado um dos mais experientes locutores ainda na ativa, no cenário esportivo. Conhecido por inúmeros bordões, repletos de metáforas e comparações cômicas, ele é um grande destaque desde o início de sua carreira.

Antes de ser narrador, Silvio foi árbitro de futebol, o que o fez ter um excelente conhecimento sobre o esporte que iria se consagrar narrando. Seu interesse pela carreira de jornalista esportivo começou cedo, graças a sua mãe Elizabeth Darcy, uma das pioneiras na locução, trabalhando na Rádio Tupi.

Ele trabalhou em grandes emissoras como jornalista esportivo, como Record, TV Paulista, Rádio Bandeirantes, TV Excelsior, SBT e Band. Narrou diversos eventos esportivos, mas foi no futebol que ele se consagrou. Seus bordões como “pelo amor dos meus filhinhos”, “é, foi, foi, foi dele” e “pelas barbas do profeta” são conhecidos e lembrados em todo o país.

Silvio esteve presente também em diversos jogos de videogame, com narrações oficiais. O principal destaque é na franquia “PES” da “Konami”, a qual narrou de 2011 a 2016. Recentemente, ele esteve presente narrando alguns jogos do Campeonato Paulista de Futebol 2022, pela Rede Record. Aos 87 anos, esse último trabalho o consagrou como um dos narradores mais velhos a transmitir um evento oficial esportivo.

Osmar Santos

Osmar Aparecido dos Santos, nascido em 28 de julho de 1949, foi um dos principais narradores esportivos do Brasil. É conhecido, também, como “O Pai da Matéria”, pelo seu excelente trabalho jornalístico.

Iniciou sua carreira como locutor esportivo na Jovem Pan, em 1972. Trabalhou também na Rede Record, mas, se destacou de fato na Rede Globo, onde foi durante anos o principal narrador da emissora. Osmar Santos narrou a Copa do Mundo de 1986, com Galvão Bueno, sendo o segundo narrador.

O locutor foi responsável pela criação de famosos bordões, que marcaram presença na memória do público. Um deles é o popular “Parou por quê, por que parou?”, que chegou a estar presente em diversos estádios, cantado pelas torcidas. Ademais, suas famosas expressões “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha” e “Vai mais, garotinho”, ficaram na memória de quem acompanhava suas transmissões.

Em 1994, Osmar sofreu um grave acidente de carro que causou-lhe severos danos, incluindo alguns que o impediram de continuar narrando. Em sua homenagem, foi criado o “Troféu Osmar Santos”, em 2004. O prêmio é dado à equipe que termina o primeiro turno do Brasileirão em primeiro lugar, anualmente.

José Silvério

José Silvério de Andrade, ou apenas José Silvério, nasceu no dia 11 de novembro de 1945 e é considerado um dos maiores locutores de todos os tempos, principalmente quando o assunto é rádio. Ele já narrou mais de 20 modalidades esportivas, mas, foi no futebol que se consagrou, recebendo o apelido de “Pai do Gol”. O apelido é também título de um documentário, que mostra a jornada do narrador.

José esteve presente na cobertura de todas as Copas do Mundo de Futebol, desde a de 1978, até a de 2018, totalizando 11 Copas. Sua voz é lembrada por muitos, já que ele é grande destaque em transmissões por rádio. Esse motivo faz com que ele também tenha uma das narrações mais emotivas de todas da lista, já que no rádio não há imagens, e tudo deve ser transmitido pela voz.

É dono do famoso bordão “E… que golaço!”, com uma entonação única que ecoa em sua voz. Seu trabalho mais recente é na Rádio Capital, de São Paulo, onde transmitiu diversas partidas do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2021. José também esteve presente oficialmente em um game, narrando o jogo “Futebol Internacional 2000” da “Microsoft”.

Milton Leite

Milton Rodrigues Leite, nascido em 5 de março de 1959 é jornalista, já trabalhou como dublador, mas se destaca, sobretudo, na locução. Todavia, antes de se aprofundar no esporte, já foi apresentador de outros meios jornalísticos. Trabalhou no jornal “O Estado de S. Paulo”, além da rádio Jovem Pan, onde apresentou o ”Show da Manhã”.

Em 1990, estreou narrando partidas de futebol na “TV Jovem Pan”, e nunca mais parou. No canal “SporTV” teve seu maior crescimento, sendo o principal narrador de eventos, como a “Copa do Mundo da Alemanha em 2006”. Milton Leite é também um dos principais narradores do “Premiere Futebol Clube”, serviço pay-per-view da Globo, que transmite as principais competições de futebol do Brasil.

Milton Leite tem frases famosas em seu repertório. “Que beleza”, usada ironicamente para narrar uma jogada mal concluída ou “Meu Deus”, que indica espanto. Além disso, uma das mais populares, “Que fase”, para indicar um momento ruim vivido por um jogador ou uma equipe. Ademais, a famosa “Olha a batida”, com uma entonação única, indica chutes a gol.

Milton também marcou presença nos games, sendo o narrador oficial do FIFA entre as edições 99 e 2006. Além disso, mais recentemente, o narrador é o locutor oficial da franquia “PES”, da “Konami”, desde 2017.

Esses são alguns nomes dos maiores narradores brasileiros de todos os tempos. A maioria se destacou no esporte mais popular do Brasil, o futebol, mas, muitos também se destacaram como bons locutores em outros esportes. Para mais publicações sobre futebol e muito mais, fique com a gente, no TudoEsportes.

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