Futebol Feminino X Masculino: Valorização dos Atletas

Flavio 20 out 2021

O preconceito e a diferença de gênero, que ainda é vista no futebol, é um dos ponto chaves para as mulheres serem mais desvalorizadas que os homens nesse esporte. Venha saber mais detalhes sobre a valorização dos atletas do futebol feminino x masculino.

Saiba mais detalhes sobre:

Contexto histórico do futebol feminino

A China foi governada durante 400 anos pela dinastia Han, neste período uma invasão de hunos nômades levou o imperador a convocar um homem de cada clã para reforçar seu exercito, em virtude da precariedade da saúde do seu envelhecido pai, único homem de sua família, uma jovem fez-se passar por seu pai apresentando-se para a batalha. Depois de sofrer muita humilhação, desvalorização e preconceito, por ser mulher, no final da história esta jovem foi responsável por salvar a vida do imperador e de toda China.

Esta animação da Walt Disney (Mulan – 1998), foi usada num comentário alusivo a um assunto que despertou muitas reações no mundo desportivo durante a Copa de Futebol Feminino da França este ano: A mulher tem que fazer algo descomunal, como “salvar a China”, para ter seu valor reconhecido.

As vezes a mulher até faz algo fantástico e nada acontece, veja só: A mulher foi escolhida seis vezes seguidas como a melhor jogadora do mundo; a mulher é a maior artilheira da história das copas; a mulher balançou as redes em todas as cinco copas que participou; a mulher marcou em copas mais gols do que o melhor jogador do século XX.

Patrocínio no futebol feminino

Quando esta atleta regressou ao seu país, depois de disputar mais uma copa do mundo e superar mais dois recordes, ela trazia na mão, como um troféu, um par de chuteiras, sem patrocinador e com um forte apelo: Igualdade. “Go Equal”

A situação de Marta, nossa super campeã, há quarenta anos atrás seria ainda pior, ela sequer poderia jogar futebol, devido a uma lei que proibia as mulheres de fazê-lo. O fato é que as mulheres se sentiam agradecidas quando as deixavam jogar.  A partir daí se consegue compreender, em parte o grande abismo de valores, estrutura e reconhecimento que distancia homens e mulheres no mundo do futebol.

A profissionalização do futebol feminino

Futebol feminino e a sua desvalorização no Brasil

Futebol feminino e a sua desvalorização no Brasil

Recente pesquisa mundial destinada a estabelecer um diagnostico sobre a real situação do futebol feminino a nível mundial revelou que mais da metade de todas as atletas desempenham outra funções laborativas concomitantes à suas atividades desportivas, ou seja trabalham pra se sustentar como jogadoras de futebol.

Em algumas situações o máximo que recebem de seus clubes é uma ajuda para moradia e alimentação, sem nenhum contrato formal, assistência médica ou outro benefício corporativo ou previdenciário. As jogadoras acabam passando a carreira toda na informalidade.

A situação do Brasil neste assunto é tão lamentável que o resultado desta pesquisa não abrange a nossa situação, porque o questionário padrão para coleta de dados desta pesquisa não foi minimamente respondido por nossos “dirigentes”. Veja quanto interesse!!!

Embora alguns clubes brasileiros ostentem equipes que custam muitos milhões, a realidade segundo recente estatística entre os clubes brasileiros de futebol masculino, revela que mais de 80 % dos atletas recebem menos de R$ 1.000 por mês, imagine caro leitor, então, a realidade do futebol feminino.

Receba Novidades

Propostas de igualdade

Se brincarmos do “jogo do contente”, como a menina Pollyanna (Eleanor H. Porter – 1913), que sempre enxergava algo de bom e positivo, mesmo quando tudo estava aparentemente nebuloso, vamos admitir que grande progresso aconteceu, desde a realidade de quarenta anos atrás quando sequer as mulheres podiam competir.

Existem muitas atletas sob contrato, com salários de até 5 salários mínimos, suficientes para comprar pelo menos um lenço para Neymar, brincadeiras a parte ( ? ) algumas propostas já foram apresentadas para virar este jogo, por exemplo: Os clubes classificados para os principais e de maior visibilidade torneios vinculados a FIFA , serão obrigados a manterem uma equipe feminina de futebol, inclusive nas categorias de base; Em uma outra proposta todas as mídias esportivas, com cobertura de futebol,  se obrigariam, mediante cota, a apresentar conteúdo relacionado ao futebol feminino, inclusive jogos, entrevistas e reportagens.

Apelo popular

Durante a Copa da França no início deste mês, dirigentes esportivos confrontados com a grande repercussão gerada pela ameaça de greve das principais jogadoras das principais seleções, inclusive a capitã da tetra campeã, seleção americana, numa manifestação contra a discriminação de gênero, a fim de justificar o baixo investimento no futebol feminino, argumentam que esta modalidade desperta pouco interesse público, então é comercialmente desinteressante.

Vamos imaginar, dois produtos, tendo apenas a marca como diferença  dividem a mesma prateleira, por que diferem no valor. Alguns comentaristas recusam esta comparação, pois consideram que a qualidade e a técnica do futebol masculino é incomparavelmente mais apurada do que a do futebol feminino. 

Feminino X Masculino

Só pra comparar: A fenomenal Marta ganha anualmente o correspondente a 0,3 % do faturamento anual estimado de Neymar; A totalização dos cinco maiores salários do futebol feminino mundial, incluindo o das tetra campeãs, totaliza  menos de 8 milhões, comparando com o rendimento do quinto jogador de futebol masculino mais bem pago, em torno de R$ 175 milhões, não chega nem a 10 %.

O mais alto salário pago no futebol feminino é o da norueguesa Ada Hegerberg, que foi eleita a melhor jogadora do mundo  no ano passado, recebe  em torno de R$ 150 mil por mês. Este valor é 325 vezes menor do que o de Messi que recebe quase 50 milhões por mês. A França ganhou 38 milhões de dólares,  como prêmio da FIFA por vencer a Copa do Mundo de 2018, mas a tetracampeã feminina os Estados Unidos ganhou apenas 4 milhões de dólares.

Bolsa Atleta para o futebol feminino

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino conta com 17 atletas que sobrevivem graças ao Programa da Secretaria Especial do Esporte intitulado de “Bolsa Atleta”. Com essa ajuda custeiam suas necessidades básicas como atleta: transportes, equipamentos esportivos e transporte.  Sabe quantos atletas da seleção do Tite precisam do “Bolsa Atleta”?

Sem entrar em muitos detalhes, caro leitor, o salário médio mensal dos jogadores da seleção masculina de futebol gira em torno de R$ 400 mil, enquanto nossa multi recordista Marta, ainda recebe o “Bolsa Atleta”…Lamentável.

Fique por dentro

Receba as novidades no seu e-mail.

Encontre o plano ideal para você.

Veja os planos
Sair da versão mobile